Quem nos ensina a lidar com a doença de uma mãe?
Sempre achei que a morte seria o pior resultado. Não pela vida que a pessoa deixou para trás mas pelo vazio que nos provoca quando nos é próxima.
Aprendi que isso nem sempre é o caso. Nunca me imaginei sem mãe, sendo uma relação boa ou má, era a nossa com tudo de alto e baixo que poderia existir. Confesso que nos últimos anos não existia uma relação próxima, pela distância, a minha falta de paciência e a dela, o choque de personalidades. Posso dizer que me arrependo, o arrependimento não nos serve de muito em situações não alteráveis. Serve para remediar com outras pessoas, outras situações, outras alturas.....
Mas como dizia, nunca me imaginei sem mãe, como nunca me imagino sem avó ou sem qualquer figura que nos é de referência. Que contava histórias embaraçosas a meio da tarde, em frente a família e em frente a estranhos e que nos deixa no canto da mesa constrangidos. Mas que também me trazia canja quando estava doente e me limpava as lágrimas quando um rapaz me partia o coração.
Houve o dia em que a doença surgiu, lembro-me de o som que o meu corpo emitiu ao descobrir, algo que parecia do longe e não meu. Porque isto não me estava acontecer a mim, não a minha mãe, era impossível. Depois passam os meses, aquela permanência entre a vida e a morte constante. As chamadas do hospital, a assinatura de papeis....
O desgaste emocional.... o desgaste de te ocupares com tudo mas não haver nada que o apague. Quereres que alguém te explique desesperadamente como se reage quando descobres que nunca haverá melhores, que nunca mais vais ouvir a voz. Que nunca mais vai haver uma conversa, um passeio... Que o teu futuro nunca vai ter a presença da tua mãe.
Digo que tenho saudades e uma dor terrível. Fiz o luto de um corpo que o coração ainda continua a bater, o coração bate mas nada é o mesmo, nem nada é igual. E o peso permanece. O peso de me obrigar sempre a estar feliz, a parecer feliz, porque no momento em que a fachada cair, cai tudo e aí fico sem nada.
Ensinam-nos tanto sobre a morte e sobre a doença que tira a vida mas permanece sempre presente? Quem nos ensina como nos sentir?
Aprendi que isso nem sempre é o caso. Nunca me imaginei sem mãe, sendo uma relação boa ou má, era a nossa com tudo de alto e baixo que poderia existir. Confesso que nos últimos anos não existia uma relação próxima, pela distância, a minha falta de paciência e a dela, o choque de personalidades. Posso dizer que me arrependo, o arrependimento não nos serve de muito em situações não alteráveis. Serve para remediar com outras pessoas, outras situações, outras alturas.....
Mas como dizia, nunca me imaginei sem mãe, como nunca me imagino sem avó ou sem qualquer figura que nos é de referência. Que contava histórias embaraçosas a meio da tarde, em frente a família e em frente a estranhos e que nos deixa no canto da mesa constrangidos. Mas que também me trazia canja quando estava doente e me limpava as lágrimas quando um rapaz me partia o coração.
Houve o dia em que a doença surgiu, lembro-me de o som que o meu corpo emitiu ao descobrir, algo que parecia do longe e não meu. Porque isto não me estava acontecer a mim, não a minha mãe, era impossível. Depois passam os meses, aquela permanência entre a vida e a morte constante. As chamadas do hospital, a assinatura de papeis....
O desgaste emocional.... o desgaste de te ocupares com tudo mas não haver nada que o apague. Quereres que alguém te explique desesperadamente como se reage quando descobres que nunca haverá melhores, que nunca mais vais ouvir a voz. Que nunca mais vai haver uma conversa, um passeio... Que o teu futuro nunca vai ter a presença da tua mãe.
Digo que tenho saudades e uma dor terrível. Fiz o luto de um corpo que o coração ainda continua a bater, o coração bate mas nada é o mesmo, nem nada é igual. E o peso permanece. O peso de me obrigar sempre a estar feliz, a parecer feliz, porque no momento em que a fachada cair, cai tudo e aí fico sem nada.
Ensinam-nos tanto sobre a morte e sobre a doença que tira a vida mas permanece sempre presente? Quem nos ensina como nos sentir?
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